Angela Davis esteve envolvida em um julgamento notório que misturou assassinato, questões raciais e política.
- Data do Julgamento: O julgamento ocorreu entre 28 de fevereiro e 4 de junho de 1972.
- Local: San Jose, Califórnia.
- Acusação: Angela Davis enfrentou acusações de assassinato, sequestro e conspiração.
- Circunstâncias: Tudo começou em 7 de agosto de 1970, quando um atirador interrompeu o julgamento de James McClains, um detento de San Quentin, que estava sendo julgado por tentativa de assassinato. O atirador, Jonathan Jackson, irmão mais novo de George Jackson, um dos chamados “Irmãos Soledad”, distribuiu armas para McClain e outros dois homens, Ruchell Magee e William Christmas. Juntos, eles fizeram reféns o juiz Harold Haley, o promotor Gary Thomas e três juradas mulheres, tentando escapar em uma van. Guardas abriram fogo, resultando na morte de Haley, Jackson, McClain e Christmas. Thomas e Magee ficaram gravemente feridos.
- Angela Davis e os Panteras Negras: Angela Davis era uma professora controversa e apoiadora dos Panteras Negras. Ela foi acusada de estar envolvida no plano de fuga e de ter orquestrado a tentativa de resgate como uma barganha para libertar seu amante, George Jackson.
- O Julgamento: A seleção do júri foi especialmente sensível devido às conotações raciais e políticas. Eventualmente, um júri composto inteiramente por brancos foi formado. O promotor Albert Harris apresentou sua argumentação, destacando quatro elementos necessários para estabelecer a culpa por evidências circunstanciais: motivo, meios, oportunidade e consciência de culpa. Harris afirmou que o motivo de Davis não era libertar prisioneiros políticos, mas sim libertar o único prisioneiro que ela amava. Os meios foram a compra da espingarda usada no crime, e a oportunidade foi o tempo que Davis passou com Jonathan Jackson nos dias anteriores ao crime. A consciência de culpa foi evidenciada pelo fato de que horas após o tiroteio, Davis embarcou em um voo em San Francisco e se escondeu.
- Veredito: Angela Davis foi considerada não culpada.
Esse julgamento único e complexo permaneceu na memória como um marco importante na história legal dos Estados Unidos.
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